"Modelos não viáveis de desenvolvimento degradam o ambiente natural, ameaçam os ecossistemas e a biodiversidade, indispensáveis para o futuro abastecimento de alimentos", indicou em comunicado a FAO.
Se os esforços combinados dos Estados e das agências da ONU permitiram reduzir, de forma espetacular, o número de pessoas com fome (mais de mil milhões em 2009), o número de subnutridos é ainda de dois mil milhões, que sofrem de uma ou várias carências em micronutrientes, como vitaminas e minerais.
A FAO indicou que a subnutrição abrange 26% das crianças que apresentam atrasos no crescimento e 1,4 mil milhões de pessoas com excesso de peso, incluindo 500 milhões de obesos.
Num relatório, publicado em junho, a organização insistiu que o custo económico "da subnutrição e das carências em micronutrientes representam entre 2 e 3% do PIB mundial, ou seja, entre 1.400 a 2.100 mil milhões de dólares.
De acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM), que fornece ajuda de emergência a 80 países, é urgente reforçar rapidamente o número de mães e crianças que recebem produtos nutricionais especializados e "focar esta atenção nos primeiros mil dias de vida", da conceção aos dois anos.
"Se a comunidade internacional investisse 1,2 mil milhões de dólares por ano, durante cinco anos, na redução das carências em micronutrientes, a quebra da taxa de mortalidade infantil e o impacto positivo nos rendimentos futuros podiam atingir os 15,3 mil milhões de dólares", indicou o PAM, citando especialistas do Consenso de Copenhaga, um projeto dedicado ao bem-estar da humanidade.
"Conseguir o maior número possível de alimentos de cada gota de água, porção de terreno, partícula de fertilizantes e minuto de trabalho poupa recursos para o futuro e torna os sistemas mais sustentáveis", disse a organização.
Na sede da FAO, em Roma, será oferecido um almoço totalmente confecionado com produtos destinados ao lixo.
Lusa